Com o crescimento anual do segmento do turismo acessível, verifica-se uma necessidade cada vez maior de adaptar o alojamento turístico às necessidades específicas da procura.
É muito importante assegurar às pessoas com necessidades específicas, tanto quanto possível, um nível de autonomia que lhes permita sentirem-se seguras e satisfeitas com o serviço prestado. A possibilidade de utilização integral das diversas valências do alojamento turístico (restaurante, bar, piscina, spa, ginásio, sala de reuniões, etc.) é sinal de que o empreendimento turístico pretende assegurar um acolhimento de qualidade para todos.
Com o objetivo de capacitar os gestores e os colaboradores dos empreendimentos turísticos para um atendimento cada vez mais inclusivo, está disponível uma nova ferramenta técnica - "Acessibilidade no alojamento turístico: Guia prático" -, elaborada pela Accessible Portugal, com o apoio financeiro do Turismo de Portugal. Este Guia disponibiliza informações técnicas e recomendações atualizadas sobre o atendimento inclusivo, com base na legislação em vigor, o Decreto-Lei n.º 163/2006, de 8 de agosto, mas que também reflete o novo quadro legislativo nacional relacionado com a temática da acessibilidade e inclusão, bem como a nova ISO 21902 - Turismo Acessível (aguarda publicação). Este novo Guia encontra-se disponível em Documentos.
Conheça também a
GuestAccess para
capacitação dos colaboradores na área do alojamento turístico sobre Acessibilidade e Atendimento Inclusivo, que resulta da parceria entre o NEST - Tourism Innovation Center, o Turismo de Portugal e a Accessible Portugal.
Através desta WebApp são disponibilizados conteúdos formativos, de forma criativa e gamificada, com o objetivo de proporcionar um maior conhecimento das atitudes adequadas a tomar, em cada caso. Os colaboradores ficam aptos para assegurar o atendimento correto dos hóspedes com necessidades específicas, durante toda a sua estadia no alojamento turístico, garantindo assim uma melhor fruição turística no nosso destino.
Tornar o seu Alojamento Turístico (+) acessível:
_ Acesso exterior
O percurso acessível exterior deve estar bem identificado, bem como o acesso a todas as instalações do empreendimento, através de sinais normalizados ou outros de fácil e rápida perceção. As escadas ou desníveis superiores devem ser compensados através de rampa. Em caso de impossibilidade, devem existir outros meios de elevação (ex. plataformas, elevadores, etc.).
_ Atendimento adequado
O ato da reserva e do check-in deve ser aproveitado para recolher toda a informação possível junto do cliente sobre as suas limitações e necessidades específicas, de modo a perceber o seu grau de autonomia e o tipo de ajuda que precisa. Assim, o serviço poderá ser ajustado às expectativas do cliente. Um bom exemplo de atendimento correto é disponibilizar um balcão rebaixado, que permite um melhor acolhimento do cliente em cadeira de rodas, de pessoas de baixa estatura e de crianças.
_ Quarto adaptado
Os quartos devem possuir espaços amplos que permitam a livre circulação, podendo remover algum mobiliário, de acordo com a necessidade do cliente. As instalações sanitárias devem possuir barras laterais, que poderão ser amovíveis. Na banheira ou chuveiro deverá existir um banco de apoio e barras de apoio e o piso deve ser antiderrapante nas áreas escorregadias, com diferentes texturas e cores contrastantes.
_ Restaurantes e bares
Devem ser verificadas previamente as condições de acessibilidade ao espaço e a disponibilidade de produtos de apoio para acolher e servir o cliente na sala de refeições e nas zonas de bar e efetuar os preparativos correspondentes, de acordo com o tipo de limitações que o cliente possa apresentar. A configuração das salas de refeição deve permitir uma circulação de forma autónoma e natural, em todo o espaço, incluindo as instalações sanitárias. As ementas devem adequar-se à diversidade de alergias alimentares existentes, para precaver potenciais acidentes.
_ Serviços complementares
A deslocação no interior da unidade hoteleira deve ser facilitada, permitindo o acesso a todos os serviços disponibilizados, como o restaurante, os quartos, a piscina, o ginásio, o spa, as salas de conferências, as instalações sanitárias, os elevadores, etc. A rede de espaços e percursos acessíveis deve permitir ao cliente usufruir com autonomia.
_ Websites acessíveis
Garantir a acessibilidade ao site do empreendimento aos utilizadores que possuam algum tipo de necessidade específica, no que se refere aos mecanismos de navegação e de apresentação dos sites, à operação com software e com hardware. O nível de acessibilidade do site pode ser verificado através do Access Monitor.
_ Formação dos colaboradores
Assegurar formação dos colaboradores, principalmente daqueles que interagem diretamente com os clientes – front-office, serviços de bar e restauração, ginásio, spa, piscina, room-service, entre outros. O pacote formativo "Turismo Inclusivo - competências de atendimento para pessoas com necessidades especiais" é desenvolvido em 4 módulos de 25 horas cada – base, alojamento, restauração e bebidas e outros serviços.