Nos territórios do interior, tidos como mais débeis em recursos fundamentais para o desenvolvimento, os aspetos organizativos, a capacitação das organizações e a definição de estratégias integradas de valorização dos recursos têm marcado a diferença no que diz respeito à estruturação de produtos turísticos e à sua colocação no mercado.
Ao longo das últimas duas décadas, de Norte a Sul pelo interior do País, surgiram e foram-se afirmando um conjunto de redes colaborativas que agregam agentes turísticos e, em vários casos, entidades públicas, e que desenvolvem ações de estruturação de produto e promoção de territórios.
Perspetivando uma utilização sustentável quer do património natural, quer do património histórico e das manifestações culturais que dão identidade aos territórios ou inovando com experiências que passam pelo saber fazer local, cerca de duas dezenas de redes colaborativas passaram a chamar a atenção do público em geral e dos operadores turísticos em particular, para os novos destinos que se têm evidenciado em territórios de baixa densidade.
Com géneses diferentes, com protagonistas de diferentes tipos, com tempos de maturidade e modelos de gestão distintos, dão visibilidade a recursos “adormecidos” que passaram a conjugar de forma integrada todos os ingredientes de uma operação turística. Algumas dessas redes colaborativas já há muito se afirmaram com os seus produtos (Aldeias do Xisto, Aldeias Históricas de Portugal, Rota do Românico), mais recentemente outras passaram, justificadamente, a adquirir visibilidade com novas propostas (Rota Vicentina, Rota da Terra Fria Transmontana, Montanhas Mágicas) e outras dão passos consistentes de afirmação (Lugares da Serra Alentejana, Aldeias de Montanha, Baixo Guadiana).
Um dos Eixos Estratégicos da Estratégia Turismo 2027 (ET2027) consiste precisamente em “Gerar Redes e Conectividade”, sendo uma das Linhas de Atuação deste eixo o “Mobilizar o trabalho em rede e a promoção conjunta entre os sectores, consagrando-se o apoio a iniciativas de (…) redes colaborativas e de consórcios, que contribuam para a afirmação dos ativos estratégicos turísticos nacionais e/ou concorram para reforçar a competitividade e a internacionalização do Destino Portugal”. Daí a intervenção do Turismo de Portugal junta destas redes colaborativas.
A abordagem ao tema Redes Colaborativas visa, designadamente:
_ a aposta numa maior divulgação nacional e internacional destes projetos emblemáticos já implementados nos territórios de baixa densidade de norte a sul do país;
_ a promoção do diálogo e a troca de experiências entre as várias redes colaborativas, visando alinhar estratégias conjuntas que conduzam à criação de produtos turísticos diferenciadores, à sua promoção e venda;
_ sensibilização do trade, para esta propostas em território de baixa densidade, estando previsto, para esse efeito, uma atuação concertada designadamente com a APAVT e respetivos associados.